Saiba quem são prefeito e vice de cidade da BA investigados por abuso de poder e contratações indevidas
À esquerda, o prefeito Eli Carlos dos Anjos Santos (PSDB), conhecido como Lica e, a direita, o vice-prefeito José Aroldo Muniz dos Reis (PDT). Reprodução/Re...

À esquerda, o prefeito Eli Carlos dos Anjos Santos (PSDB), conhecido como Lica e, a direita, o vice-prefeito José Aroldo Muniz dos Reis (PDT). Reprodução/Redes Sociais O prefeito e o vice-prefeito investigados por abuso de poder e contratações indevidas na cidade de Serra do Ramalho, no oeste da Bahia, estão no segundo mandato eleitoral. Na terça-feira (2), Justiça Eleitoral determinou a cassação dos mandatos dos gestores. Os políticos foram alvos de uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE), que elucidou uma série de contratações temporárias e comissionadas atípicas realizadas em 2024, ano eleitoral. Apesar da decisão, Eli Carlos dos Anjos Santos (PSDB), conhecido como Lica, e o vice dele, José Aroldo Muniz dos Reis (PDT), permanecerão nos cargos, pois ainda podem recorrer contra a sentença em instâncias superiores. 📲 Clique aqui e entre no grupo do WhatsApp do g1 Bahia As contratações foram realizadas sem processo seletivo simplificado ou demonstração de excepcional interesse público. Vale ressaltar que Lica concorria à reeleição em 2024, uma vez que também foi eleito prefeito de Serra do Ramalho em 2020. O g1 tenta contato com o Partido Democrático Trabalhista (PDT) e o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) para apurar mais detalhes, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem. O prefeito Eli Carlos tem 38 anos e é conhecido como Lica. Ele tem ensino médio incompleto e, antes de assumir o cargo de prefeito em 2020, atuava como empresário. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), quando tentou a reeleição, ele declarou R$ 1.087.133,96 mil em bens. O prefeito é casado, tem um filho e é dono de quatro terrenos, quatro veículos, um apartamento, uma casa e um galpão. O vice-prefeito José Aroldo tem 56 anos e é conhecida como Professor Aroldo. Ela tem ensino superior completo e, antes de assumir o cargo, em 2020, trabalhava como professor do ensino fundamental. Ele é casado e nasceu em Casa Nova, no norte do estado. Aumento nas contratações À esquerda, o prefeito Eli Carlos dos Anjos Santos (PSDB), conhecido como Lica e, a direita, o vice-prefeito José Aroldo Muniz dos Reis (PDT). Divulgacand Conforme a ação judicial, dados correspondentes ao mês de janeiro de 2024, disponíveis no Tribunal de Contas, mostram que a despesa para servidores temporários no município era de R$ 314.153,97. Este valor aumentou para R$ 1.079,524,55 devido à contratação de 443 servidores temporários e 70 comissionados. Além do aumento atípico no número de contratações do tipo, o documento da Justiça Eleitoral aponta que a temporalidade de manutenção desses cargos também chama atenção. Após as eleições de 2024, que aconteceram em outubro, a maioria desses servidores foram demitidos entre dezembro do ano passado e janeiro deste ano. Acionada durante o processo, a defesa dos políticos investigados argumentou apenas que o número de contratados cresceu devido ao "aumento natural das demandas do município". Apesar disso, não apresentou qualquer documento que corrobore a justificativa. O município de Serra do Ramalho também incluiu uma manifestação oficial como defesa, na qual o procurador-geral admite que não houve processo seletivos para as contratações e as admissões foram feitas com base nas pessoas conhecidas pela comunidade, o que seria "comum em cidades menores". À esquerda, o prefeito Eli Carlos dos Anjos Santos (PSDB), conhecido como Lica e, a direita, o vice-prefeito José Aroldo Muniz dos Reis (PDT). Reprodução/Redes Sociais Conforme o parecer do Ministério Público Eleitoral, o abuso de poder e econômico fica mais claro mediante as defesas apresentadas. O órgão destaca a gravidade da ação, que macula a legitimidade do pleito. "O uso da máquina administrativa para criar centenas de postos de trabalho precários em ano eleitoral, distribuídos sem qualquer critério objetivo, representa uma grave distorção do processo democrático", analisou o juiz eleitoral da 71ª Zona Eleitoral, Moisés Argones Martins, no processo. Além da cassação dos mandatos de Eli Santos e José Aroldo dos Reis, o juiz determinou a inelegibilidade dos políticos para as eleições nos próximos oito anos. LEIA TAMBÉM: Justiça determina cassação de prefeito e vice-prefeita de cidade da BA por compra de votos Vereador de Juazeiro tem mandato cassado após partido fraudar cota de gênero Justiça anula ação de fazendeiro que tentava manter posse em território indígena no sul da Bahia Eleições 2024: veja a votação para prefeito em Serra do Ramalho (BA) Veja mais notícias do estado no g1 Bahia. Assista aos vídeos do g1 e TV Bahia 💻